A dificuldade de seguir Jesus
No Evangelho deste final de semana (Mt 16,21-27) 22º Domingo do Tempo Comum, Jesus mostra a radicalidade do seguimento e a renúncia dos projetos pessoais.
Jesus está a caminho de Jerusalém. Indo a Jerusalém, a sede do poder religioso do judaísmo, Jesus pressente o desfecho violento. É o momento de advertir os discípulos sobre o que os espera lá. Os discípulos não contavam com o arriscar a vida, pois esperavam que Jesus assumisse o papel de um messias poderoso que lhes conferiria uma boa e vantajosa posição no sistema. Já se sabia que os líderes religiosos, fariseus, herodianos, sacerdotes, estavam articulando a morte de Jesus. A novidade, agora, é a iminência da morte em Jerusalém, para onde Jesus caminha.
Pedro havia professado sua fé em que Jesus era o tradicional messias poderoso, esperado por Israel. Agora, quando Jesus fala dos sofrimentos que deve enfrentar em Jerusalém da parte dos anciãos, sumos sacerdotes e escribas, até a morte, Pedro o rejeita com veemência. Jesus, por sua vez o repreende austeramente, e as censuras de Jesus contradizem os elogios mencionados anteriormente: se Pedro tinha acolhido a revelação messiânica do céu, agora só tem em mente as coisas dos homens; se era pedra fundamento da construção da Igreja, agora é pedra de tropeço; e se as portas do Inferno nunca prevalecerão contra a Igreja, Pedro, agora, faz o jogo de satanás.
O seguimento de Jesus significa renunciar aos projetos pessoais de realização aos olhos da sociedade estruturada pelos poderosos, e tomar a cruz. A cruz era o instrumento de suplício e morte imposto pelos romanos àqueles que ameaçavam a ordem do império. Eram os subversivos. Tomar a cruz e perder sua vida é deixar-se seduzir pelo chamado de Jesus e renovar as estruturas desta sociedade conformando-a a tudo que é bom e agradável a Deus. Aqueles que são seduzidos pelo mundo dos ricos ambiciosos, pensando assim salvar suas vidas, são aprisionados pelas malhas do poder.
Seguir Jesus e tomar sua cruz significa rejeitar os critérios de sucesso deste mundo e comprometer-se com a construção do mundo novo de fraternidade, justiça e paz, sem temer as adversidades que surgirão. A propósito, podemos dizer que somos seguidores de Jesus?
CATEQUISTAS – Dentro do mês vocacional, quando temos cinco finais de semana, como o caso deste ano, a igreja dá um destaque especial aos catequistas. Eles são exemplos de doação, levando até as famílias, crianças e jovens os ensinamentos fundamentais de fé cristã. Nosso agradecimento a estes bravos catequistas e o pedido que Deus os abençoe nesta nobre missão.
Pe. Leonir Alves