MATRIMÔNIO E PREDILEÇÃO PELOS POBRES
O Evangelho deste final de semana (Mc 10, 2-16) traz ensinamentos sobre o matrimônio e o amor preferencial pelos pobres. O seguimento a Jesus se defronta com a sociedade permissiva e discriminadora, representada pelos fariseus, que impõe suas próprias leis. Os fariseus, ajudados pelos doutores da Lei, ditavam as regras do jogo. O que Jesus tem para dizer a essa sociedade? Como se posicionou diante dela? Como deverão reagir os que o seguem?
A interpretação farisaica da Lei não punha em discussão o direito que o homem tinha de se divorciar da esposa. Discutia-se em que circunstâncias e por quais razões seria possível fazê-lo. Por isso, os fariseus, respondendo à pergunta de Jesus sobre o que Moisés ordenou, afirmam que ele permitiu ao homem dar à mulher o documento de divórcio. Os fariseus, ao responder que Moisés permitiu escrever o documento de divórcio, legitimam a discriminação, querendo torná-la parte integrante da vontade e do projeto de Deus.
A resposta de Jesus mostra, em primeiro lugar, que a prática farisaica é um gesto de impiedade e de idolatria. Dureza de coração, na linguagem bíblica, é desobediência ao projeto de Deus. Os fariseus, com sua prática, estão fora dele. Em segundo lugar, Jesus situa o matrimônio na perspectiva do projeto de Deus. Proibindo separar o que Deus uniu, Jesus está fazendo que o matrimônio remonte ao projeto de Deus, manifestado desde o início. No final, temos a cena das crianças apresentadas a Jesus. Estas, por serem indefesas, sem poder de decisão, sem voz nem vez, são símbolo de todos os empobrecidos e marginalizados da sociedade. “Em verdade, digo a vocês: quem não receber o reino de Deus como uma criança, nele não entrará”. Os pobres, portanto, são apresentados como condição para acolher o Reino e entrar nele. Isso porque possuem os requisitos básicos para a implantação do projeto de Deus. O reino é dom, e só os que o buscam sem objetivos de prestígio, poder, riqueza ou segurança é que realmente o possuem.
É MISSÃO DE TODOS NÓS – No mês de outubro a Igreja dá atenção especial às missões. Todos os batizados são missionários, pois o batismo nos caracteriza como cristãos, discípulos e missionários de Jesus. Somos convidados a rezar e a refletir por todos aqueles que deixam sua casa, família, pátria e vão para terras distantes anunciar o Evangelho. Mas podemos também ser missionários na nossa família, na nossa rua, no nosso trabalho e em todos os ambientes que estivermos.
Pe. Leonir Alves