Paróquia São Domingos

Diocese
Menu
Paróquia São Domingos
Paróquia São Domingos

Rua Firmino Paim, 400 - Torres - RS

A Voz do Pastor › 22/07/2021

JESUS ENSINA A PARTILHAR

O Evangelho deste final de semana, (Jo 6,1-15) 17o domingo do tempo comum, aponta para Jesus como aquele que sacia a fome da humanidade.

O relato começa dizendo que Jesus atravessa o mar da Galileia, sobe ao monte e se assenta, cercado por uma multidão, a qual ele organiza e lhe sacia a fome. O texto situa esses acontecimentos às portas da Páscoa, a festa dos judeus. Essas indicações, longe de ser informações de lugar e tempo, têm sentido simbólico.

O evangelista quer dizer que Jesus inaugura o novo êxodo e a passagem definitiva para a vida. Assim, a travessia do mar da Galileia recorda e supera a passagem do mar Vermelho; Jesus, a liderança que Deus concedeu à humanidade, supera o líder Moisés; a subida ao monte recorda Moisés no Sinai recebendo o contrato da aliança entre Deus e o povo; o pão que Jesus distribui recorda o maná no deserto, e assim por diante.  Jesus não se preocupa com o que vai dizer a esse povo. Preocupa-se, sim, com a fome material dessa gente. É a única preocupação de Jesus diante do povo faminto.

Filipe, desde seu chamado, caracteriza o tipo de pessoa incapaz de quebrar esquemas e estruturas, quer pela falta de criatividade, quer pelo preconceito adquirido. Ele pensa que, para saciar a fome do povo, será necessário muito dinheiro: é preciso antes acumular para depois distribuir. É a lógica econômica proveniente do Templo de Jerusalém. Aí se acumulava dinheiro… mas o povo continuava faminto. Definitivamente, o “plano econômico” de Filipe nada traz de novo, pois continua gerando dependência. Ele representa as pessoas que dizem que a questão da fome da humanidade não tem jeito. Vai ser sempre assim, e ponto final. André, ainda que de forma incipiente, traz novas perspectivas. “Aqui está um menino com cinco pães de cevada e dois peixes. Mas o que é isso para tanta gente?” As coisas tomam rumo diferente a partir da sensibilidade humana de André.

Jesus manda o povo sentar para a refeição, pois ele também estava sentado. Esse gesto é importante, pois só pessoas livres é que sentavam para tomar refeição; os escravos não sentavam. É como se Jesus tivesse dito àquela gente oprimida: “Vocês são livres. Nada, de agora em diante, poderá oprimi-los mais!” Mandar “sentar”, portanto, é conscientizar. A seguir, “Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu aos que estavam sentados tanto quanto queriam. E fez o mesmo com os peixes”.

Dar graças a Deus significa reconhecer que os bens da criação pertencem ao Criador. Jesus não agradece ao menino nem a André; agradece a Deus porque, no seu projeto, criou as coisas para o bem de todos, sem que ninguém ficasse excluído. O gesto de Jesus é a grande catequese sobre o projeto de Deus, que é liberdade e vida para todos. O ensinamento dele não visa acumular para depois distribuir; consiste, antes, em partilhar o que cada um tem, para que todos fiquem saciados.

Quando as pessoas agem com liberdade, humanidade e maturidade, o pouco se torna muito e até sobra: “Eles recolheram os pedaços e encheram doze cestos com as sobras dos cinco pães que haviam comido”.

 

Pe. Leonir Alves

Deixe o seu comentário

Você deverá estar conectado para publicar um comentário.

Rádio Maristela


Mensagem do Pároco

Vídeos

Homenagem ao diácono Arnaldo

Nossas Comunidades