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A Voz do Pastor › 18/03/2021

Se o grão de trigo não cair na terra não produzirá fruto

canva

No Evangelho desta final de semana (Jo 12,20-33) quinto domingo da quaresma, temos a abertura da proposta de Jesus atraindo todos para junto dele.

O relato começa afirmando que “havia alguns gregos entre os que tinham ido à festa para adorar a Deus”. Aqui, os gregos representam todos os que não são judeus. Para o evangelista São João, é o momento em que começa a se realizar o que Jesus dissera em 10,16: “Tenho também outras ovelhas que não são deste curral. Também a elas eu devo conduzir; elas ouvirão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor”. Os “gregos” são essas ovelhas que Jesus vai conduzir.

Eles vão ao templo, mas, em vez de entrar nele, vão a Jesus: “Eles se aproximaram de Filipe, que era de Betsaida da Galileia, e disseram: ‘Senhor, queremos ver Jesus’”. Note-se um detalhe: Filipe e André são nomes gregos. Jesus, em vez de falar com os “gregos”, dirige-se aos discípulos, afirmando que “chegou a hora em que o Filho do homem vai ser glorificado”. Esse detalhe é importante, pois caberá à comunidade abrir novos horizontes, levando a humanidade inteira a fazer a experiência de Jesus.

Na continuidade temos Jesus como o grão de trigo que cai na terra e morre para produzir fruto. Ele optou por desaparecer, ser esquecido, morrer. A morte é a condição para que o grão libere a capacidade de vida que possui. Se não morre, também não gera vida. Se morre, de um só grão nascem muitos.

Jesus não foge do confronto: “Foi precisamente para esta hora que eu vim” Com sua morte, Jesus sela a aliança de Deus com a humanidade, mas, ao mesmo tempo, provoca a sociedade para um confronto ou julgamento. Ele não veio para condenar o mundo, mas para salvar.

Contudo, a morte de Jesus, e de todos os que, como ele, foram privados de viver, desmascara os regimes de força que matam para intimidar. Estamos vivendo uma epidemia que tem matado tanta gente.  Como nos posicionamos diante de tanta situação de dor e de morte? Somos atraídos pela vida plena em Jesus de Nazaré?

 

Pe. Leonir Alves

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