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A Voz do Pastor › 26/03/2021

Jesus Rei e Messias da justiça e do amor

No Evangelho desta final de semana (Mc 14,1-15,47) domingo de ramos, começo de semana santa, temos o relato da paixão e morte de Jesus.

A morte de Jesus não ocorreu por acaso, mas é resultado de um plano de morte dos líderes religiosos e políticos. Esse plano dá certo porque Judas, um dos que andam com Jesus, rompe o cerco, permitindo que “os de fora” executem seus projetos de morte. Judas é o traidor e Pedro, um dos que tinham sido chamados a “estar com Jesus”, reage com energia quando alguém lhe diz: “Você também estava com ele”.

Jesus vai até o fim. Ele é a semente que, jogada na terra, vai produzir frutos além da expectativa. É abandonado por todos, pois um discípulo prefere fugir nu a se comprometer com o Mestre. Este, na cruz, sente-se abandonado pelo próprio Deus.

Comparecendo diante do Sinédrio, o sumo sacerdote o interroga: “És tu o Messias, o Filho do Deus bendito?”. E Jesus confessa: “Eu sou. E vocês verão o Filho do homem sentado à direita do Todo-poderoso e vindo sobre as nuvens do céu”. É a única vez, no Evangelho de Marcos, que Jesus afirma ser o Messias, o escolhido por Deus para realizar seu projeto de liberdade e vida. Ele é reconhecido até pelos pagãos: “De fato, esse homem era mesmo Filho de Deus”.

É Messias-Rei, mas sua realeza se distancia dos padrões de poder e autoridade daquele tempo e de hoje. Quando os soldados o vestem com um manto vermelho, colocam em sua cabeça uma coroa de espinhos e o saúdam, estão na verdade ridicularizando os poderes deste mundo que assim se vestem e oprimem.

Jesus é Rei porque se despoja desse tipo de poder e se afasta do círculo dos poderosos, dando a vida pelos seus. De réu diante do Sinédrio, ele se torna juiz que desmascara todo tipo de poder que explora e oprime o povo. Jesus crucificado é o verdadeiro Rei. É o Messias da cruz. Tendo um bandido à direita e outro à esquerda. Mas sua realeza é diferente, pois está a serviço dos condenados que a sociedade julga fora-da-lei.

A cortina do santuário se rasgou de alto a baixo, decretando o fim da sociedade e religião patrocinadoras de morte para o povo. Essa é a boa notícia que a morte e ressurreição de Jesus trazem às pessoas de todos os tempos e lugares.

A propósito, queremos fazer parte desta realeza de Jesus?

 

Pe. Leonir Alves

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