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A Voz do Pastor › 17/06/2021

COMO AGIMOS DIANTE DAS TEMPESTADES ?

Depois do discurso em parábolas, no evangelho de domingo passado, São Marcos apresenta quatro milagres que procuram desenvolver a pergunta fundamental desse evangelho: Quem é Jesus?

O evangelho de hoje (Mc 4,35-41) é o primeiro dessa série e serve de teste para as comunidades cristãs. Se o Reino, como a semente, possui força irresistível, como repercute na prática dos cristãos? O seguimento não é individual, mas comunitário. É toda a comunidade que se encontra em alto-mar, batida pelo furacão. Jesus participa da travessia cheia de perigos e conflitos: “levaram Jesus naquela barca”. A travessia é difícil e perigosa. O mar sintetiza as forças geradoras do mal e hostis ao projeto de Deus.

Não se pode ler o episódio da tempestade no lago de Genesaré como simples fenômeno natural frequente nesse lago. A cena toda possui caráter simbólico e catequético, ajudando a buscar, descobrir e superar todos os conflitos que emperram ou tentam sufocar o projeto de vida e liberdade, herança deixada por Jesus aos cristãos. Em meio aos conflitos, as comunidades têm a sensação de que Jesus esteja alheio aos dramas e tempestades que as ameaçam: ele está na parte de trás da barca e dorme sobre um travesseiro. Aos discípulos cabe a tarefa de remar, enfrentando o furacão. Daí a pergunta um tanto irônica dos discípulos: “Mestre, não te importas se vamos perecer?” É um pouco a sensação dos que não acreditam fortemente na força que levam consigo no barco.

De fato, as ordens de Jesus ao vento e ao mar: “Silêncio! Cale-se!” e a consequente bonança obtida revelam quem é Jesus. O questionamento aos discípulos, com toda certeza pode ser estendido a todos nós: “Por que são tão medrosos? Ainda não têm fé?” E o medo que faz perguntar: “Quem é este homem, a quem até o vento e o mar obedecem?”. A propósito, percebemos e confiamos na presença e ação de Deus em nossa vida? Ou nos apavoramos diante das tempestades do mar agitado de nossas vidas?

 

Pe. Leonir Alves

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