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A Voz do Pastor › 23/09/2018

JESUS ELIMINA O MAL PELA RAIZ

No Evangelho deste final de semana, (29 e 30 de setembro) 26o domingo do Tempo Comum (Mc 9,38-43.45.47-48) temos Jesus ensinando a eliminar o mal pela raiz.

O texto começa com a ação de João, um de seus discípulos, dirigindo-se a Jesus, chamando-o de Mestre. Ele disse que proibiram alguém de expulsar demônios em nome de Jesus só pelo fato de não fazer parte do grupo dos doze. Nessa atitude transparece a tentativa de monopólio sobre o nome de Jesus. Acreditavam ser os únicos responsáveis pela expulsão de demônios, prática que demonstrava a chegada do Reino. A resposta de Jesus é muito clara: “Não o proíbam, pois ninguém faz milagres em meu nome para depois falar mal de mim”. A atitude dos discípulos que proíbem expulsar demônios é provavelmente movida pela inveja que nasce da incapacidade de cumprir o mandato recebido.

Os primeiros cristãos se interrogavam constantemente sobre as condições para seguir Jesus. O texto de hoje mostra em Jesus grande tolerância. Não são necessárias grandes coisas. É suficiente a sintonia com ele e com sua prática libertadora. Para Jesus, qualquer gesto de solidariedade, por mais insignificante que possa parecer, não vai ficar sem receber a recompensa. Ele adverte contra o perigo de levar ao pecado, isto é, à perda da fé e ao abandono do compromisso. Nesse sentido, é preferível perder-se do que perder alguém.

Como poderia alguém levar ao pecado os pequeninos? A resposta já foi apresentada no evangelho do domingo passado: trata-se da competição para ver quem é o maior na comunidade, com a busca do poder e a dominação que divide a comunidade entre “grandes” e “pequenos”. Não conduzir ao pecado, portanto, nada mais é do que fazer-se pequeno, servidor de todos.

Na parte final do Evangelho temos três sentenças iguais. Cada uma delas focaliza um membro do corpo (mão, pé, olho). As três são construídas da mesma forma e podem ser entendidas no seu conjunto. Todas estabelecem o contraste entre o caminho para a vida e o caminho para o inferno. Para a mentalidade judaica daquele tempo, mão, pé e olho eram a sede dos impulsos pecaminosos e da concupiscência. Frequentemente a mão levantada é sinal de rebelião, e o olho está associado à cobiça. Dominar a cobiça e a ganância (cortar a mão, o pé, arrancar o olho) é não incorrer no julgamento de Deus. O olho cobiça, o pé conduz para o objeto cobiçado e a mão alcança o que se cobiçou. Isso está em sintonia com a ambição dos discípulos, que buscavam postos de honra. Ora, cortar a mão e o pé e arrancar o olho é romper radicalmente com tudo o que torna a pessoa um senhor despótico e tirano. Não se trata, pois, de mutilar-se para entrar na vida, mas de eliminar, pela raiz, todos os males que geram discriminação e opressão na sociedade.

A propósito, cortamos que geram discriminação e opressão?

 

Pe. Leonir Alves

leoniralves@radiomaristela.com.br

 

 

 

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