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A Voz do Pastor › 22/10/2020

O maior mandamento é o amor

Imagem de James Chan por Pixabay

O evangelho deste final de semana (Mt 22,34-40), 30º domingo do tempo comum, traz mais um episódio do ministério de Jesus em Jerusalém. Como sabemos, essa foi a fase mais tensa de toda a sua vida. Após uma entrada triunfante na cidade, sendo aclamado como Filho de Davi e profeta, logo surgiram conflitos com as classes dirigentes, que não aceitavam sua proposta de Reino dos céus e, consequentemente, não o reconheciam como Messias. Enquanto ensinava no templo, Jesus desmascarava o poder dos sacerdotes e anciãos e denunciava a hipocrisia e o fundamentalismo dos fariseus e escribas na interpretação da Lei. Em uma série de controvérsias, os fariseus armavam ciladas contra Jesus com perguntas difíceis, esperando respostas que lhes dessem motivos para acusá-lo de desvio de doutrina.

O texto deste domingo mostra mais uma controvérsia, desta vez relativa à Lei. Na questão relativa ao imposto, conforme domingo passado, Jesus deixou os fariseus sem palavras; conseguiu também calar os saduceus em uma questão sobre a ressurreição. Depois disso, os fariseus se reuniram em grupo e elaboraram nova questão para Jesus, certamente com maior cuidado; escolheram um deles para fazer a pergunta com o objetivo de experimentá-lo, o que significa tentar. Eis a pergunta: “Qual é o maior mandamento da Lei?”. Embora pareça simples, essa questão era muito complexa na época.

Entre os fariseus, predominava a opinião de que o maior mandamento era o preceito do sábado, pois alegavam que até mesmo Deus guardava esse mandamento na criação. Recorde-se que, durante o ministério na Galileia, Jesus tinha sido acusado de relativizar o sábado, ao pôr o bem do ser humano acima de qualquer. De fato, ao longo de toda a sua vida, Jesus interpretava a Lei com muita liberdade, sem preocupação alguma com a ortodoxia vigente na época; logo, os fariseus imaginavam que, após essa pergunta, teriam argumentos mais sólidos para acusá-lo.

Como sempre, a resposta de Jesus transcende a pergunta. Ele recorre a duas passagens do Antigo Testamento (Dt 6,5; Lv 19,18), sem classificar hierarquicamente os Mandamentos, mas apresentando, com sua resposta, um modelo de vida. Assim, propõe o amor a Deus com toda a intensidade do ser da pessoa em paralelo com o amor ao próximo como a si mesmo, como se fossem as duas faces de uma mesma moeda. O mandamento por excelência é o amor; e este só é concreto quando é destinado simultaneamente a Deus e ao próximo. A novidade do seu ensinamento está nisso. A propósito, é do equilíbrio dessas duas dimensões do amor que depende o sentido global das Escrituras, ou seja, a Lei e os Profetas. O amor não é apenas a síntese ou o resumo das Escrituras, mas sua própria interpretação. (Cf Revista V ida Pastoral número 335 – pág.: 62-64)

Leonir Alves

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