Jesus é o verdadeiro templo
No Evangelho desta final de semana (Jo 2,13-25) terceiro domingo da quaresma, Jesus expulsa os vendilhões do templo mostrando que religião não é comercio e que Ele é o verdadeiro templo.
Por ocasião da festa da Páscoa, a cidade de Jerusalém se enchia de peregrinos. Era a festa que recordava a libertação da escravidão do Egito. Contudo, deixara de ser uma festa popular por ter sido manipulada pelas lideranças religiosas e políticas daquele tempo. Jesus não concorda com essa situação, fica furioso e com um chicote corre com todos.
Nessa época, as terras da Palestina estavam nas mãos dos latifundiários. Estes pertenciam à elite religiosa (sumos sacerdotes e anciãos) e moravam em Jerusalém. Três semanas antes da Páscoa, os arredores do templo se tornavam grande mercado. O sumo sacerdote enriquecia com o aluguel dos espaços para as barracas dos vendedores e cambistas. Os animais criados nos latifúndios eram conduzidos a Jerusalém e vendidos a preços que, nessas ocasiões, aumentavam assustadoramente. Todo judeu maior de idade devia ir a essa festa e pagar os impostos previstos para o templo. Sem falar na troca da moeda que deveria ser feita, daí os cambistas.
Jesus expulsou do templo bois, ovelhas, pombas, animais usados nos sacrifícios que o povo oferecia a Deus. Expulsando-os do templo, ele declara inválidos todos esses sacrifícios, bem como o culto que se sustenta graças à exploração. Os dirigentes religiosos querem intimidar Jesus. “Que sinal nos mostra para agir assim?”. Jesus responde, dizendo que sua morte e ressurreição serão o grande sinal: “Destruam este templo, e em três dias eu o levantarei”.
Desse modo, Jesus não só aboliu os sacrifícios no Templo de Jerusalém; como também decretou que o fim do templo já chegou. É por meio do seu corpo, morto e ressuscitado, que o povo se reencontra com Deus para celebrar a Páscoa da libertação. A propósito, não damos demasiado valor ao templo físico e esquecemos o templo pessoa humana? Entendemos Jesus Cristo como o verdadeiro templo da vida?
Pe. Leonir Alves