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A Voz do Pastor › 29/10/2020

O caminho da felicidade

Imagem de PublicDomainPictures do Pixabay

O evangelho deste final de semana, (Mt 5, 1-12a) festa de todos os Santos, temos o conhecido relato das bem-aventuranças, no começo do sermão da montanha de Mateus. A montanha recorda o Sinai, o monte onde foi selada a aliança com o povo hebreu que saiu da escravidão egípcia. Foi aí que Moisés recebeu as tábuas da Lei (Decálogo), a constituição do povo de Deus. Jesus, portanto, está para promulgar a nova constituição do povo de Deus, um povo sem fronteiras e sem discriminações; ele vai inaugurar a nova aliança com os pobres e marginalizados do mundo inteiro, revelando que Deus se solidarizou com eles a ponto de confiar-lhes o Reino.

O clima dessa nova aliança é o da confiança ilimitada que circula entre Deus e seu povo. As bem-aventuranças são propostas de felicidade. A constituição do povo de Deus não impõe leis. Jesus simplesmente constata a situação do povo que o segue (pobres, afligidos, despossuídos, mansos, famintos), percebe o esforço que fazem para mudar a situação (misericórdia/solidariedade, pureza de coração, promoção da paz); conhece as dificuldades e perseguições que enfrentam para criar a nova sociedade e os proclama felizes, herdeiros do projeto de Deus. A constituição que Jesus promulga no Sermão da Montanha nasce da constatação das lutas do povo sofrido. Deus se solidarizou com ele, confiando-lhe o Reino.

A primeira bem-aventurança: “Felizes os pobres em espírito, porque deles é o reino do céu”, juntamente com a oitava: “Felizes os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino do céu”, são a síntese de todas as bem-aventuranças. As demais esclarecem alguns aspectos dessas duas. A primeira e oitava possuem promessa idêntica: “porque deles é o reino do céu”. Não se trata propriamente de uma promessa, mas de constatação do que está acontecendo: o reino do céu já é dos pobres em espírito e dos perseguidos por causa da justiça! As demais bem-aventuranças trazem uma promessa futura: serão consolados, possuirão a terra etc. Contudo, não é para esperar a realização dessa promessa no além. Ela é decorrência da opção que Deus fez pelos pobres e oprimidos, confiando-lhes o Reino, portador da plenitude dos bens: liberdade, vida, fraternidade, partilha, paz.

FINADOS! Saudade, lembrança, amor, vida…  – Com certeza estas palavras expressam um pouco do sentimento deste dia. Um dia de saudade, mas também de certeza que nossos entes queridos não morreram, apenas vivem de forma diferente. Estar em comunhão com eles nos faz viver a esperança do reencontro na luz da face de Deus, que nos ama eternamente.  Um dia para lembrar e agradecer a Deus pelos nossos entes queridos, e ao rezar com eles e por eles, estaremos nos preparando para o reencontro. Afinal, Jesus Ressuscitou e com sua ressurreição, garantiu também a nossa ressurreição.

 

Pe. Leonir Alves

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